95 professores da Escola Secundária Sebastião da Gama, reunidos em RGP, aprovaram hoje por maioria, com 9 abstenções e sem votos contra, uma moção em que pedem a suspensão do actual modelo de avaliação de professores. Manifestaram ainda a intenção de não entregarem os objectivos necessários ao arranque do processo de avaliação.
bem feito!
Há 8 anos
3 comentários:
Tenho pena que não estivessem mais colegas na reunião, pois foi uma acção muito importante para a defesa da qualidade da escola pública.
Basta olhar-se para as escolas públicas a descerem no tal "ranking", para, pelo menos, questionar se este processo de avaliação, tal como está definido e embora ainda em "início", não está já a contribuir para a diminuição da qualidade de ensino e dos tão falados “resultados escolares”!
Urge conseguir incluir os pais e encarregados de educação nesta luta que também é a deles!
É necessário trazer os pais à escola, ler a legislação em conjunto e reflectir sobre as consequências da aplicação deste processo a médio/longo prazo.
Temo que, a aplicar-se a avaliação “tal qual” está definida, passemos a certificar alunos sem promover o necessário trabalho destes para que adquiriram os conhecimentos e competências que lhes darão as ferramentas necessárias ao seu futuro pessoal e profissional.
Temo que, envoltos em papéis e quebrados pelo cansaço, nos tornemos cada vez menos interventivos e criativos, condição essencial da nossa actividade, se queremos contribuir para a formação integral dos nossos alunos!
Vou continuar a ler legislação, para ver se encontro uma saída… é que até agora não consegui e começo a pensar que “não há volta a dar”.
Nesse caso, não terei outra solução, no cumprimento das minhas obrigações legais, senão declarar que estou impedido de avaliar os meus alunos, por ter interesse directo nos resultados dessa avaliação!
Aníbal Alves
Antes de mais quero deixar aqui registada a minha solidariedade.
Tenho para mim que uma das maiores dificuldades (de sempre) de quem é professor é a falta de tempo para o acolhimento que devemos aos nossos alunos...
Porque a nossa vida pessoal tem de ser gerida, no espaço e no tempo, em simultaneidade, com a vida escolar, pergunto-me, que tempo/espaço (físico e psicológico) nos sobra para o acto de ser-estar com aqueles que nos foram confiados e são o motivo da nossa existência como docentes...
Este modelo de avaliação, ao deslocar a atenção do professor para ele próprio, veio estrangular, ainda mais, o já escasso tempo disponível para o relacionamento pedagógico/relacional com os alunos e pede o impensável ao professor: que tenha,ininterruptamente na sua mente, a Escola, oito dias por semana para a Escola, por vezes 24 horas por dia, pois até o nosso sono é (quantas vezes!) doentiamente preenchido com aspectos caricatos, tais como, a angústia de um atraso, a procura de uma sala que não se encontra...
É preciso dizer não a esta "escravatura", pois, se não formos capazes de gerar uma mente profissionalmente feliz, nunca conseguiremos educar para a liberdade, para a felicidade, para a responsabilidade...
Para isso temos de nos libertar dessa pressão de falta de tempo que nos corrói e nos mata, fíca, mental e espiritualmente...
Apesar de reformado, vivo convosco estes difíceis momentos!
Joaquim
(Mata Fernandes)
A minha solidariedade para com os colegas da ESSG que tiveram a coragem de aprovar a moção.
Quantos mais assinarmos moções destas nas nossas escolas, mais força teremos para derrotar esta avaliação!
Isabel Cruz
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